De acordo com os resultados publicados na revista BMJ Saúde e Informática de CuidadosUm em cada cinco médicos relatou usar essas ferramentas de IA para auxiliar em diversas tarefas, incluindo escrever cartas aos pacientes após as consultas
leia mais
Uma pesquisa recente descobriu que um número significativo de GPs no Reino Unido está integrando ferramentas de inteligência artificial (IA), como o ChatGPT, em sua prática diária.
De acordo com os resultados publicados na revista BMJ Health and Care Informatics, um em cada cinco médicos disse usar essas ferramentas de IA para auxiliar em diversas tarefas, como escrever cartas aos pacientes após as consultas.
A pesquisa envolveu 1.006 GPs que foram questionados sobre suas experiências com chatbots de IA, incluindo ChatGPT, Bing AI e Google Gemini.
Aplicações práticas na clínica
Os resultados da pesquisa destacaram várias maneiras pelas quais os GPs estão usando ferramentas de IA em seu trabalho clínico. Quase um terço dos entrevistados que usaram ferramentas de IA disseram que as usaram para criar documentação após consultas aos pacientes.
Além disso, 28 por cento relataram usar essas ferramentas para explorar diagnósticos alternativos, enquanto um quarto usou IA para sugerir possíveis opções de tratamento. Estes sistemas de IA geram respostas escritas às perguntas dos médicos, agilizando certos aspectos da sua prática.
Os investigadores por detrás do inquérito descobriram que as ferramentas de IA parecem proporcionar valor acrescentado, especialmente quando se trata de lidar com tarefas administrativas e apoiar decisões clínicas. Isto sugere que, embora a integração da IA nos cuidados de saúde ainda esteja numa fase inicial, já está a ter um impacto notável na forma como os médicos gerem a sua carga de trabalho.
Precisão e privacidade do paciente
Apesar dos benefícios, o uso crescente da IA em ambientes clínicos levantou preocupações, especialmente em relação à precisão e à confidencialidade do paciente. Os investigadores questionaram os riscos potenciais associados à forma como as empresas de Internet lidam com os dados utilizados pelas ferramentas generativas de IA.
Enfatizaram a importância de garantir que estas tecnologias cumpram os regulamentos relevantes e não comprometam a privacidade do paciente.
Os consultores jurídicos médicos partilharam estas preocupações, salientando que, embora as respostas geradas pela IA sejam muitas vezes redigidas de forma clara, podem por vezes conter imprecisões ou fazer referência a orientações incorretas. Esta questão pode tornar-se particularmente problemática se a IA for utilizada para escrever respostas às queixas dos pacientes.
Foi destacada a importância de usar a IA de forma ética e de acordo com as leis de proteção de dados. Também apelou a uma maior sensibilização dos médicos actuais e futuros sobre os benefícios e riscos da IA nos cuidados de saúde.
À medida que a utilização da IA na prática clínica continua a evoluir, continua a ser fundamental que os profissionais de saúde utilizem estas ferramentas com cuidado, equilibrando a eficiência que proporcionam com a responsabilidade de manter elevados padrões de atendimento ao paciente e confidencialidade.