ROMA – Veneza vai prolongar a sua taxa turística diária até ao próximo ano, aumentando o número de dias que os turistas têm de pagar para entrar na cidade e duplicando a taxa para visitantes de última hora para 10 euros, disseram autoridades municipais na quinta-feira.
O presidente da Câmara de Veneza, Luigi Brugnaro, sublinhou que o imposto se destina a ajudar a cidade e os seus cidadãos a combater o excesso de turismo e a evitar picos de visitantes em feriados e fins de semana lotados.
O novo sistema piloto terá início em 18 de abril de 2025 e funcionará até 27 de julho. A taxa é válida por um total de 54 dias às sextas-feiras, finais de semana e feriados. Os turistas que não reservam antecipadamente pagam 10 euros em vez dos habituais 5 euros.
Aplica-se nos horários de pico, das 8h30 às 16h00. As exceções aplicam-se a residentes, visitantes nascidos em Veneza, estudantes e trabalhadores, e turistas que reservaram um hotel ou outro alojamento.
No final da primeira fase de testes, em Julho passado, as autoridades venezianas disseram que o imposto tinha arrecadado 2,4 milhões de euros (2,6 milhões de dólares), o equivalente a cerca de 1.000 inscrições por dia de testes.
60% dos visitantes do site de ingressos durante este período eram italianos, seguidos por cidadãos americanos, alemães e franceses.
Brugnaro respondeu novamente na quinta-feira aos críticos que consideraram o projeto um fracasso, dizendo que não dissuadiu tantos recém-chegados quanto o esperado.
“Veneza é a primeira cidade do mundo a tentar resolver o problema do turismo excessivo. Alcançamos resultados importantes”, afirmou o prefeito.
A mundialmente famosa cidade lagunar há muito que luta contra fluxos turísticos esmagadores, com estimativas baseadas em dados de telemóveis que apontam para 25 milhões a 30 milhões de chegadas anuais de turistas e turistas desde 2020.
A taxa turística diurna adiada pela pandemia foi anunciada pelos estados membros da UNESCO ao decidirem contra uma recomendação de adicionar a cidade à lista de Patrimônios Mundiais em Perigo. A cidade também ficou de fora da lista dois anos antes, quando impôs a proibição de navios de cruzeiro no Canal Giudecca e na Bacia de São Marcos.