O Programa Alimentar Mundial (PMA) não pode substituir a Agência das Nações Unidas de Assistência e Obras para os Refugiados da Palestina no Próximo Oriente (UNRWA) na Faixa de Gaza, disse o chefe do escritório do PMA em Berlim à imprensa alemã.
“Não podemos substituir as funções importantes da UNRWA em Gaza, como a gestão de abrigos de emergência, escolas e centros de saúde”, disse Martin Frick num comunicado publicado pela rede editorial Alemanha (RND) no sábado.
No início desta semana, o parlamento de Israel aprovou projetos de lei controversos que restringem as operações da agência na Faixa de Gaza.
Frick disse que a UNRWA é a espinha dorsal da assistência humanitária na Faixa de Gaza, fornecendo “alimentos, proteção e cuidados médicos a uma população que sofre desumanidade”.
Israel disse que assim que a proibição da UNRWA entrar em vigor, dentro de cerca de três meses, garantirá assistência humanitária à Faixa de Gaza com a ajuda de outras organizações.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Israel, Oren Marmorstein, disse ao dpa que o país continuaria a trabalhar com organizações da ONU como o PAM, o Fundo das Nações Unidas para a Infância e a Organização Mundial da Saúde.
Frick disse à RND que a crise humanitária em Gaza é inimaginável e requer uma resposta abrangente, na qual a UNRWA desempenha um papel central. “Uma proibição da UNWRA privaria aqueles que lutam para sobreviver dos seus últimos recursos.”
Há muito que Israel mantém relações fracas com a UNRWA, o principal doador de ajuda humanitária na Faixa de Gaza. Ela acusa a agência, fundada em 1949, de estar infiltrada pela organização militante palestina Hamas e diz que vários funcionários da UNRWA estiveram envolvidos nos ataques de 7 de outubro de 2023.