À medida que a COP29 chega ao fim, vozes de diferentes regiões lançam luz sobre os seus contributos, desafios e objetivos na abordagem à crise climática.
Estas vozes incluem Pui Cheong Chen, CEO da Agência de Seguros de Qualidade de Hong Kong e um representante de Hong Kong, que partilhou as suas observações sobre o progresso da China, o seu papel como actor global e as expectativas das nações desenvolvidas.
O caminho da China para a transição verde
PC Chen destacou o progresso significativo que a China fez na luta contra as alterações climáticas, especialmente desde o Acordo de Paris. “Desde o Acordo de Paris – em menos de 10 anos – a China alcançou um grande, grande sucesso, e podemos ver os grandes passos e as grandes conquistas do governo chinês”, observou.
Este progresso baseia-se no compromisso do governo com as energias renováveis e na transição para uma economia de baixo carbono em vários sectores.
Chen descreveu o Pavilhão da China na COP29 como um centro de inovação, apresentando conquistas não apenas de Hong Kong, mas também de regiões como Guangdong e Shenzhen.
“Muitos intercâmbios, inclusive nas nossas reuniões, demonstraram os progressos e conquistas na perspectiva do sector civil, das empresas e do governo”, disse ele.
Hong Kong, onde Chen vive, assumiu um forte compromisso com a neutralidade carbónica. As iniciativas incluem a promoção de combustíveis sustentáveis, o fornecimento de subsídios às centrais eléctricas à medida que fazem a transição para fontes de energia mais limpas e a mudança dos combustíveis fósseis tradicionais para alternativas com baixo teor de carbono, como o gás natural.
O papel dos países em desenvolvimento
Embora a China e outros países em desenvolvimento tenham feito progressos significativos, Chen observou que existem diferenças no ritmo de acção entre os países desenvolvidos e em desenvolvimento. “Francamente, tenho visto muitos progressos positivos nos países em desenvolvimento, mas os países desenvolvidos parecem estar a adoptar uma abordagem mais cautelosa e conservadora”, observou.
Elogiou os países do Médio Oriente pelas suas soluções energéticas inovadoras e investimentos significativos em tecnologias verdes, destacando os seus passos proactivos em contraste com alguns países desenvolvidos.
Um apelo aos mercados globais de carbono
Um dos destaques da COP29, segundo Chen, foi o progresso alcançado no âmbito do Artigo 6.4 do Acordo de Paris, que se refere aos mercados globais de carbono. “Este poderia ser um bom começo para promover um mercado único global de carbono”, disse ele. Chen acredita que tal quadro encorajaria organizações e nações a reduzir as emissões de carbono e a promover a cooperação entre economias.
Ele também enfatizou a necessidade de os países desenvolvidos contribuírem mais – tanto financeiramente como tecnologicamente. “Muitas destas novas iniciativas requerem recursos financeiros para a transformação. Os países desenvolvidos possuem tecnologias avançadas que poderiam provocar mudanças sociais significativas, mas muitas vezes relutam em partilhá-las”, observou.
O papel da China como líder
O estatuto da China como país em desenvolvimento é frequentemente debatido devido à sua enorme economia e à significativa influência global. Chen reconheceu os desafios da China, especialmente na sequência da crise da COVID, mas expressou optimismo sobre o seu potencial. “A China tem uma base económica muito forte e pode fazer mais, não só através de políticas governamentais, mas também mobilizando contribuições de diferentes sectores da sociedade”, disse ele.
Chen enfatizou o papel das regiões costeiras como Guangdong e Shenzhen, que estão bem desenvolvidas e podem impulsionar a transição verde. Ele defendeu a criação de incentivos para que empresas estatais e privadas contribuam para as metas climáticas.
Uma mensagem aos negociadores climáticos
Quando questionado sobre a sua mensagem para a COP29, Chen apelou aos países desenvolvidos para que assumam mais responsabilidades. “Os países desenvolvidos deveriam contribuir mais, tanto financeiramente como através da partilha de tecnologia. A proteção climática serve o bem comum; Não se trata de países individuais, mas do mundo como um todo”, explicou.
Chen concluiu expressando o seu orgulho pelos esforços da China e enfatizando a sua abordagem proativa e soluções inovadoras como ator global responsável. As suas reflexões sublinham a importância da colaboração, da inovação e da responsabilidade partilhada no combate à crise climática – um sentimento refletido ao longo dos debates da COP29.
Relatório do Escritório da ONU do IPS
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