O megaprojeto da constelação Qianfan, também conhecido como iniciativa G60, foi lançado em 2023 com o objetivo de fornecer serviços de comunicações de alta qualidade em toda a China. O projeto visa construir uma rede de mais de 15.000 satélites multimídia em órbita baixa da Terra.
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A China lançou com sucesso os primeiros 18 satélites Qianfan em órbita, dando um passo importante para a construção de sua própria rede de Internet via satélite modelada no Starlink da SpaceX.
Esta conquista foi relatada pela Televisão Central da China (CCTV) e é considerada um marco nos esforços do país para melhorar as suas capacidades globais de Internet via satélite.
O Projeto Megaconstelação Qianfan
O megaprojeto da constelação Qianfan, também conhecido como iniciativa G60, foi lançado em 2023 com o objetivo de fornecer serviços de comunicações de alta qualidade em toda a China. O projeto visa construir uma rede de mais de 15.000 satélites multimídia widescreen em órbita terrestre baixa (LEO).
Este plano ambicioso visa fornecer serviços de Internet estáveis e de alta velocidade, especialmente em áreas remotas com infra-estruturas de comunicações inadequadas, colmatando assim a fractura digital.
Kang Guohua, membro sênior da Sociedade Astronáutica Chinesa e professor de engenharia aeroespacial na Universidade de Aeronáutica e Astronáutica de Nanjing, enfatizou a importância deste projeto. Ele observou que a constelação Qianfan melhorará significativamente os serviços de comunicação em regiões sem infraestrutura adequada, eliminando efetivamente a exclusão digital.
Detalhes de lançamento e planos futuros
Os 18 satélites foram lançados a bordo de um veículo de lançamento Longa Marcha-6 do Centro de Lançamento de Satélites de Taiyuan, na província de Shanxi. Este lançamento é o primeiro do plano Thousand Sails Constellation, parte do projeto maior Qianfan.
Este ano, 108 satélites serão lançados ao espaço como parte do projeto. O objetivo é alcançar uma cobertura de rede regional com 648 satélites até ao final de 2025. Espera-se que a constelação forneça cobertura de rede global até 2027 e todos os 15.000 satélites deverão estar operacionais até 2030.
Esses satélites oferecerão serviços integrados, como conexões celulares diretas, melhorando o alcance global e a utilidade da rede.
Importância estratégica
O lançamento bem-sucedido destes satélites torna a China um ator importante na indústria global de Internet via satélite. Kang Guohua comparou o projeto Qianfan ao Starlink da SpaceX, enfatizando que as conquistas do Starlink foram amplamente reconhecidas como um fator disruptivo na indústria de comunicações pela Internet.
Com o lançamento e a ligação em rede da constelação Qianfan, a China está a fazer progressos significativos nesta área, mudando potencialmente o cenário competitivo dos serviços globais de Internet por satélite.
O lançamento dos satélites Qianfan também demonstra as crescentes capacidades da China em tecnologia espacial e o seu compromisso em expandir a sua infra-estrutura tecnológica. Este desenvolvimento faz parte da estratégia mais ampla da China para alcançar a auto-suficiência tecnológica e reduzir a dependência de tecnologia estrangeira, especialmente em áreas críticas como as comunicações por satélite e os serviços de Internet.
A utilização de satélites LEO, que normalmente operam em altitudes de 300 a 2.000 quilómetros acima da superfície da Terra, oferece diversas vantagens. Esses satélites são mais baratos de implantar e fornecem transmissão mais eficiente do que satélites em órbitas mais altas. O controlo dos satélites LEO também tem implicações militares significativas, acrescentando uma dimensão estratégica ao ambicioso projecto da China.
O lançamento dos satélites Qianfan na China é um passo crucial nos esforços do país para construir uma rede robusta de Internet via satélite. À medida que o projecto avança, pretende fornecer acesso generalizado à Internet de alta velocidade, especialmente em áreas mal servidas, contribuindo para o progresso tecnológico e a inclusão digital do país.
Com planos de expandir a constelação para 15.000 satélites até 2030, a China está a posicionar-se como um sério concorrente no espaço da Internet por satélite, desafiando intervenientes estabelecidos como o Starlink da SpaceX. Será certamente uma situação que os seus vizinhos, especialmente a Índia, estarão a acompanhar muito de perto.