As empresas de tecnologia chinesas estão mergulhando de cabeça no crescente mercado de óculos inteligentes com tecnologia de IA, buscando capitalizar o aumento do interesse do consumidor após o lançamento dos óculos inteligentes Ray-Ban da Meta.
Esta nova onda de óculos alimentados por IA é vista como uma forma promissora de combinar o poder da IA generativa com a tecnologia wearable, oferecendo aos consumidores uma forma futurista e conveniente de aceder a ferramentas digitais avançadas.
Um dos mais novos participantes neste espaço competitivo é a Superhexa, uma startup apoiada pela Xiaomi que lançou recentemente seus óculos de áudio AI Jiehuan.
Custando um preço acessível de 699 yuans (aproximadamente US$ 98), esses óculos são projetados para oferecer recursos semelhantes aos seus equivalentes mais caros, como acesso rápido a grandes modelos de voz (LLMs) por meio de alto-falantes e microfones integrados.
LLMs que alimentam chatbots inteligentes como o ChatGPT da OpenAI permitem que os usuários interajam com IA em tempo real, aumentando a utilidade e o apelo desses óculos inteligentes.
O fundador e CEO da Superhexa, Xia Yongfeng, destacou o potencial desses óculos, apontando que segurar um smartphone com as mãos poderá em breve ser considerado ineficiente, dado o desenvolvimento da tecnologia de IA vestível.
Os rápidos avanços na IA generativa aumentaram significativamente a inteligência dos óculos inteligentes e os tornaram mais atraentes para os consumidores. Esses óculos agora podem fornecer suporte de IA em tempo real, por exemplo, respondendo a perguntas sobre o meio ambiente ou traduzindo conversas instantaneamente.
Desde que Ray-Ban e Meta Platforms adicionaram recursos de IA aos seus óculos inteligentes, eles tiveram muito sucesso. As novas versões dos óculos Ray-Ban com tecnologia de IA, vendidas por cerca de US$ 300, venderam melhor em apenas alguns meses do que seus antecessores em dois anos.
Esta tendência indica uma crescente demanda dos consumidores por óculos inteligentes. A Sinolink Securities espera que as remessas possam chegar a dois milhões de unidades até o final do ano. Este é um aumento significativo em relação aos 480.000 óculos de realidade aumentada enviados no ano passado.
As empresas chinesas querem oferecer recursos semelhantes por uma fração do preço. Os óculos Jiehuan da Superhexa oferecem recursos impressionantes, como 11 horas de reprodução de música, até duas semanas em standby e um design leve de apenas 30 gramas.
Os óculos também possuem navegação ativada por voz, bate-papo com IA e funções de tradução de áudio. No entanto, os primeiros utilizadores apontaram algumas limitações, como a dificuldade em reconhecer a fala em ambientes ruidosos.
O mercado está cada vez mais lotado, à medida que outras startups chinesas, como Liweike e Sharge, bem como gigantes da tecnologia como a Huawei, também lançaram os seus próprios óculos de IA nos últimos meses. Apesar do entusiasmo, alguns analistas do setor, como Ivan Lam, da Counterpoint, alertam que o mercado poderá enfrentar desafios.
Os óculos AI atuais, que são essencialmente óculos normais com recursos tecnológicos adicionais, como alto-falantes e câmeras, podem não ser atraentes para pessoas que normalmente não usam óculos. Além disso, o peso adicional dos componentes eletrônicos poderia impedir a adoção generalizada. Para permanecerem competitivos, os fabricantes devem concentrar-se na redução do peso, na melhoria da experiência do utilizador e no prolongamento da vida útil da bateria.
Estilo e conforto já são prioridades para algumas empresas. A empresa Solos, sediada em Hong Kong, por exemplo, planeia lançar os seus novos óculos inteligentes AirGo no mercado no outono e quer competir diretamente com a Ray-Ban e a Meta com uma alternativa mais leve e igualmente cara.
Até mesmo startups como Realities e Brilliant Labs enfatizam o design e a funcionalidade, oferecendo produtos como os óculos G1 e os óculos inteligentes Frame que atraem tanto o mercado consumidor quanto o empresarial. Embora esses óculos sejam mais caros que os do Superhexa, eles se destinam principalmente aos mercados internacionais onde os modelos de IA são menos restritos.
A corrida pelo domínio no mercado de óculos inteligentes com IA está esquentando. As empresas chinesas procuram criar um nicho com opções inovadoras e acessíveis. À medida que a tecnologia continua a evoluir, é provável que nos próximos anos se registem desenvolvimentos significativos na integração da IA nos dispositivos vestíveis do dia a dia, mudando potencialmente a forma como as pessoas interagem com o mundo digital.