SÃO PAULO – A Polícia Federal brasileira acusou na sexta-feira 20 pessoas de mineração de sal-gema na cidade costeira de Maceió, no nordeste do país, que destruiu cinco bairros e forçou dezenas de milhares de pessoas a fugirem de suas casas.
Os crimes suspeitos incluem danos à propriedade pública e crimes ambientais. Uma fonte policial que falou sob condição de anonimato confirmou à Associated Press que os réus eram funcionários ou contratados da Braskem, uma das maiores empresas petroquímicas da América.
A Braskem é propriedade principalmente da petrolífera estatal brasileira Petrobras e da gigante da construção Novonor, anteriormente conhecida como Odebrecht. Ela operou mineração de sal-gema na área por quatro décadas e está sob investigação desde que o colapso dos bairros começou em 2018.
Em comunicado à Associated Press, a Braskem disse que ainda não revisou o boletim de ocorrência completo e, portanto, não comentaria sobre os acusados associados à empresa. A empresa petroquímica disse que cooperou com a investigação e “sempre agiu de acordo com as leis e regulamentos do setor e informou e reportou regularmente às autoridades competentes”.
A mineração de sal-gema envolve a extração de sal de depósitos subterrâneos profundos. No entanto, durante a produção de sal, as cavidades cheias de salmoura podem ruir com o tempo e o solo acima delas pode afundar. As estruturas construídas nessas áreas podem desabar.
Segundo o site do Senado brasileiro, cerca de 200 mil pessoas na capital alagoana, Maceió, foram afetadas pela extração excessiva de sal-gema.
Em julho de 2023, a Braskem anunciou um acordo de US$ 356 milhões com a cidade. O dinheiro será utilizado para medidas estruturais na cidade e para um fundo de apoio aos residentes.
Em dezembro, uma mina de sal-gema desativada ruiu parcialmente. A área já havia sido evacuada.