ATENAS, Grécia – Um responsável grego criticou na terça-feira a Comissão Europeia cessante por não ter conseguido desenvolver uma política comum para deportar migrantes, alertando que a guerra e as alterações climáticas aumentariam o deslocamento global.
Sofia Voultepsi, vice-ministra da migração, disse que um pacto de migração inovador da União Europeia acordado no início deste ano ainda carece de aspectos práticos.
“Recebemos o (acordo), mas ainda falta o elemento básico: o regresso”, disse Voultepsi numa conferência perto de Atenas. “Precisamos de um sistema comum de asilo, de um sistema comum de regresso e de um sistema comum de integração.”
As guerras no Médio Oriente e em África, bem como os efeitos das alterações climáticas, colocariam a Europa sob pressão duradoura e de longo prazo, disse ela.
O novo pacto de migração da UE deverá entrar em vigor em meados de 2026, após uma nova ronda de negociações com os 27 Estados-membros do bloco que deverá durar cerca de um ano.
Voultepsi expressou preocupação com o número crescente de refugiados no Líbano devido aos contínuos ataques aéreos israelitas contra o grupo militante Hezbollah, acrescentando: “Países como a Somália, a Etiópia e o Sudão do Sul… são afectados tanto pela guerra como pelas alterações climáticas, levando a uma “perpétua as alterações climáticas levam a um afluxo crescente de migrantes para a Europa.”
A Grécia é um ponto de entrada fundamental para os migrantes na União Europeia, a maioria vindo da Turquia e da Líbia em barcos inseguros.
A guarda costeira disse na terça-feira que 81 migrantes foram resgatados de um navio encalhado que viajava da Turquia para a Itália.
O incidente ocorreu no domingo e o resgate foi realizado com a ajuda de dois navios mercantes. Os migrantes resgatados, que foram levados para o porto de Kalamata, no sul da Grécia, na noite de segunda-feira, disseram às autoridades gregas que pagaram 8.500 dólares cada um pela viagem. Quatro dos passageiros foram presos por contrabando.
Noutras partes da Europa, um navio da marinha italiana estava programado para atracar num porto albanês com um grupo inicial de 16 migrantes interceptados em águas internacionais. Os seus pedidos de asilo serão processados na Albânia e não na Itália, ao abrigo de um acordo de cinco anos entre os dois países.
Na Polónia, o primeiro-ministro Donald Tusk planeia suspender temporariamente o direito de asilo. A nova política de migração foi apresentada na reunião de gabinete na terça-feira. Se aprovada, exigiria a aprovação do Parlamento, onde o governo de coligação de Tusk tem maioria, e do presidente conservador Andrzej Duda.
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