Dois ex-policiais foram presos por isso Assassinato de Marielle Francoum proeminente político de esquerda que foi morto em um tiroteio em 2018.
Anderson Gomes, motorista de Franco, também morreu no ataque, mas sua secretária de imprensa, Fernanda Chaves, que estava no carro, sobreviveu.
Ronnie Lessa confessou o disparo e foi condenado a 78 anos e nove meses de prisão, enquanto Élcio de Queiroz recebeu 59 anos e oito meses de prisão por dirigir.
Franco, uma mulher negra gay, era uma figura em ascensão no Partido Socialista do Brasil. Sua morte aos 38 anos gerou protestos em todo o país.
Em videoconferência na prisão, Lessa disse que ficou “cego” e “enlouquecido” pela perspectiva de uma recompensa de um milhão de dólares pelo assassinato.
Em março de 2024, o ministro da Justiça do Brasil, Ricardo Lewandowski, disse que o assassinato foi “obviamente motivado politicamente”.
Ele disse que Franco queria converter propriedades em moradias para os pobres, enquanto outros queriam usá-las comercialmente.
Ambos os arguidos assinaram acordos de confissão que levaram à detenção, em Março, do político Chiquinho Brazão e do seu irmão Domingos, por suspeita de serem os mandantes do homicídio.
Lessa disse que os irmãos lhe contaram que Rivaldo Barbosa, na época delegado de polícia do estado, aprovou o assassinato. Barbosa foi preso no mesmo mês.
Após o anúncio do veredicto, o pai de Franco, Antônio da Silva Neto, disse que sua família continuaria a lutar por justiça.
“Não termina aqui porque houve líderes de pensamento [of the crime]. A pergunta que agora nos fazemos é: quando os autores intelectuais serão condenados?
De acordo com a lei brasileira, não há penas de prisão perpétua e cada réu deverá cumprir no máximo 30 anos.
Os dois foram condenados a pagar um total de 706 mil Reais (US$ 120.000) por danos à mãe, companheira e filha de Franco, e à esposa de Gomes.
Eles também foram condenados a pagar uma pensão ao filho de Gomes, Arthur, até ele completar 24 anos.
Chaves, que sobreviveu ao tiroteio, contou ao tribunal como a noite se desenrolou e “mudou completamente” a sua vida.
Pouco depois do ataque, Chaves e a sua família fugiram do país e ela não pôde comparecer ao funeral ou à cerimónia fúnebre de Franco. Desde então, ela voltou para o Brasil.
Numa videoconferência no tribunal, ela disse que os responsáveis pelo assassinato de Franco passariam o resto das suas vidas ouvindo o nome de Franco e vendo o seu “rosto nas paredes de todo o mundo”.
“Eles tiraram Marielle de nós, mas não conseguiram tirar o que Marielle quis dizer”, acrescentou.
No tribunal, familiares e amigos aplaudiram e gritaram “Marielle está aqui! Anderson está aqui!” após o veredicto, uma frase que se tornou popular durante os protestos em todo o país após sua morte em 2018.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, disse que o legado de sua irmã é “a prova de que as mulheres, as pessoas negras das favelas, quando alcançam posições de poder, merecem continuar vivas”.
“Enquanto tivermos sangue correndo nas veias e enquanto estivermos vivos, continuaremos defendendo o legado e a memória de Marielle e Anderson”, acrescentou.
O pastor Henrique Vieira, deputado federal, disse: “Eu não queria que fosse uma bandeira ou um slogan. Sentiremos falta dela e realmente sentimos falta da alegria, força, bravura e brilho de Mari.”
A investigação sobre Barbosa e os irmãos Brazão, supostamente envolvidos na ordenação e planejamento do ataque, está em andamento.
Eles negam qualquer envolvimento no assassinato ou em milícias.