Roberson, que foi condenado em 2003, deve receber uma injeção letal na quinta-feira pela morte de sua filha de 2 anos, Nikki Curtis.
No entanto, Roberson manteve sua inocência. Seus advogados, legisladores do Texas e especialistas médicos argumentaram que a condenação foi baseada em evidências científicas falhas. Eles alegaram que a morte de Nikki foi devido a uma pneumonia não diagnosticada e que o autismo não diagnosticado de Roberson levou as autoridades a interpretar mal seu comportamento como culpa.
Mas apesar de novas evidências apontarem para medicamentos e doenças não tratadas como a causa da morte, os tribunais rejeitaram os seus apelos.
O que é a síndrome do bebê sacudido?
Traumatismo craniano abusivo, anteriormente conhecido como síndrome do bebê sacudido, é uma lesão cerebral grave causada por sacudir violentamente ou bater na cabeça de uma criança. Dr. Suzanne Haney, pediatra que trata de abuso infantil, afirma que o termo foi alterado em 2009 para abranger todas as formas de traumatismo craniano abusivo. O Centro Nacional sobre Síndrome do Bebê Abalado relata cerca de 1.300 casos anualmente nos Estados Unidos.
Os críticos argumentam que o diagnóstico é por vezes demasiado amplo, particularmente com uma “tríade” de sintomas: hemorragia cerebral, inchaço cerebral e hemorragia ocular. Eles afirmam que isso poderia levar os médicos a ignorar outras causas, como quedas ou doenças naturais, o que poderia levar a condenações injustas. Defensores como Haney sustentam que o diagnóstico é cientificamente válido e crucial para identificar o abuso infantil. Alguns tribunais dos EUA anularam condenações por síndrome do bebê abalado com base em novas pesquisas médicas, mas a maioria das condenações permanece. De acordo com o Centro Nacional sobre a Síndrome do Bebê Agitado, 97% das condenações entre 2008 e 2018 foram confirmadas. O caso de Roberson destaca preocupações contínuas sobre o uso deste diagnóstico na ciência forense.