O fugitivo mais procurado da Guiné, um antigo oficial militar superior condenado por crimes contra a humanidade, foi extraditado da vizinha Libéria, disse quinta-feira o ministro da Justiça da Guiné.
CONAKRY, Guiné – O fugitivo mais procurado da Guiné, um antigo oficial militar condenado por crimes contra a humanidade relacionados com o massacre do estádio de 2009, foi extraditado da vizinha Libéria, disseram autoridades na quinta-feira.
O ex-coronel Claude Pivi estava foragido depois de uma fuga de prisão de alto nível em novembro, antes de ser preso na Libéria na terça-feira, disse Yaya Kairaba Kaba, ministro da Justiça da Guiné, aos repórteres.
Pivi era um capanga do ex-ditador Moussa Dadis Camara, que governou o país da África Ocidental de 2008 a 2010. Ele foi condenado à revelia à prisão perpétua por crimes contra a humanidade por seu papel no massacre do estádio. Pelo menos 157 pessoas foram mortas e dezenas de mulheres foram estupradas neste massacre de 2009.
O então líder militar tinha dado um golpe de Estado no ano anterior e, em 28 de Setembro de 2009, os manifestantes protestavam no estádio contra os planos de Camara de concorrer à presidência quando os soldados abriram fogo contra eles.
A junta alegou na altura que elementos “descontrolados” do exército tinham cometido as violações e assassinatos. Mas os principais assessores de Camara estiveram no estádio e nada fizeram para impedir o massacre, afirmou um relatório da Human Rights Watch.
Muitas das vítimas no estádio foram baleadas, imobilizadas ou esfaqueadas, enquanto algumas mulheres foram arrastadas do esconderijo e estupradas por homens uniformizados ao longo de vários dias, disseram testemunhas.