(Reuters) – A previsão de receita da NXP Semiconductors para o terceiro trimestre na segunda-feira ficou abaixo das estimativas dos analistas. O grupo enfrenta dificuldades com a fraca procura da indústria automóvel e com riscos geopolíticos crescentes. A ação perdeu então cerca de 8% nas negociações estendidas.
No segundo trimestre, a empresa registou a maior queda nas vendas trimestrais em quatro anos e as vendas de automóveis caíram mais em mais de três anos, segundo dados do LSEG.
A empresa holandesa prevê receitas entre 3,15 mil milhões e 3,35 mil milhões de dólares, em comparação com a estimativa média dos analistas de 3,36 mil milhões de dólares.
Os clientes da indústria automóvel – o maior segmento da NXP – retiraram as suas encomendas devido à fraca procura, enquanto aguardam uma melhoria no ambiente macroeconómico e cortes nas taxas de juro por parte dos bancos centrais em todo o mundo.
As vendas no segmento automotivo caíram 7%, para US$ 1,73 bilhão no segundo trimestre, enquanto as vendas totais de US$ 3,13 bilhões ficaram em linha com as estimativas.
Os fabricantes de chips também estão a sentir o impacto das tensas relações comerciais da China com os Estados Unidos e a União Europeia.
Dadas as restrições mais rigorosas à exportação, as empresas chinesas investiram pesadamente na expansão da produção de chips mais antigos, os chamados chips legados, informou a Reuters no início de julho.
O aumento da concorrência no mercado pode prejudicar as vendas da NXP para a China – o país será o maior contribuinte para a receita da empresa em 2023, respondendo por cerca de 33% do total das vendas anuais.
Os declínios na divisão automotiva compensaram o crescimento no segmento móvel da empresa. A divisão viu a receita saltar 21%, para US$ 345 milhões, à medida que as atualizações de inteligência artificial alimentaram uma recuperação na demanda da indústria de smartphones.
A empresa espera que o lucro ajustado do terceiro trimestre seja em média de US$ 3,42 por ação, abaixo das estimativas de US$ 3,61.
A NXP fez investimentos significativos para expandir sua base de produção além da China, investindo US$ 1,6 bilhão em uma participação de 40% em uma joint venture com a Vanguard, apoiada pela TSMC, para fabricar wafers de silício em Cingapura.
(Reportagem de Arsheeya Bajwa em Bengaluru; edição de Sriraj Kalluvila)