O governo do Quebeque está a considerar a possibilidade de alterar a atribuição de médicos de família com base no estado de saúde dos residentes do Quebeque, para garantir que as pessoas em maior risco tenham acesso.
Fontes informadas sobre as discussões contaram à Rádio-Canadá sobre um cenário que está sob investigação há vários meses.
Neste cenário, os pacientes de Quebec que estejam com boa saúde ou tenham problemas de saúde menores seriam encaminhados para um hospital modificado. Guia de acesso à primeira linha (GAP), serviço que atualmente visa dar aos quebequenses sem médico de família acesso a consultas médicas.
Esta PAC incluiria todos os pacientes no Quebec que não tenham problemas de saúde graves ou moderados, incluindo aqueles que atualmente têm um médico de família.
Apenas os pacientes considerados particularmente de risco, como aqueles com doenças complexas ou crónicas como cancro, problemas de saúde mental, doenças cardiovasculares ou diabetes, seriam encaminhados para um médico de família.
Um relatório de Instituto Nacional de Excelência em Saúde e Assistência Social (INESS), encomendado pelo governo e publicado na manhã de quarta-feira, lança as bases para tal modelo.
Este relatório do INESSS aponta que 500.000 quebequenses doentes não têm médico de família e propõe a transferência de até 1,5 milhão de consultas anuais de pacientes que têm médico para aqueles que não têm.
As negociações com os médicos de família estão em curso
Em entrevista à Rádio-Canadá na semana passada, Dubé enfatizou a necessidade de adaptação às condições específicas do paciente.
“Neste momento estamos a encaminhar muitas pessoas para um médico de família sem ter em conta a sua condição, e os médicos pedem-nos para dizermos: ‘Se quisermos cuidar bem das pessoas, poderíamos ter mais cuidado com aqueles que o fazem? ‘ são, eu não diria, os que correm maior risco, mas os que têm maior probabilidade de adoecer?”, disse ele.
Dos 2,1 milhões de quebequenses que não estavam registados num médico de família em 2022-23, o INESS estima que quase meio milhão têm problemas de saúde graves ou moderados. Esses pacientes são divididos nas categorias vermelha e laranja pelo INESSS.
Estas categorias incluem, entre outras, pessoas com perturbações depressivas, perturbações de ansiedade, cancro, demência, perturbações alimentares e doenças paliativas agudas.
Quando solicitado a comentar o relatório na quarta-feira, Dubé disse que era um bom resumo da situação.
Na quinta-feira, em declarações ao X, o ministro disse que era cedo para dizer o que seria do cenário proposto pelo INESSS.
O cenário avaliado pelo governo faz parte das negociações entre Quebec e o Fédération des médecins omnipraticiens du Québec (FMOQ), que teve início em maio.
O gabinete de Dubé e o FMOQ recusaram o pedido da Rádio-Canadá para comentar as negociações.