CARACAS (Reuters) – Pelo menos 60 pessoas presas durante protestos contra a disputada eleição presidencial da Venezuela em julho foram libertadas da prisão, disse o grupo local de direitos humanos Foro Penal neste sábado.
“Alguns presos políticos foram libertados desde o início da manhã”, disse o líder do grupo, Alfredo Romero, numa publicação no X esta manhã.
Ele disse que 10 pessoas foram libertadas até agora de uma prisão chamada Yare III e um número não especificado de outras pessoas da prisão feminina de Las Crisalidas. Romero disse mais tarde em uma postagem no Instagram que 50 jovens foram libertados da prisão de Tocoron.
Um vídeo que ele divulgou mostrou alguns deles caminhando por uma rodovia em frente à prisão, sob gritos e aplausos de um grupo de espectadores.
Esperava-se que o número de libertações de prisioneiros aumentasse ao longo do dia.
O Ministério Público e o Ministério das Comunicações não responderam imediatamente aos pedidos de comentários.
De acordo com o Foro Penal, pelo menos 1.800 pessoas foram presas após as eleições presidenciais de 28 de julho, que mantiveram o presidente Nicolás Maduro no poder, apesar dos resultados altamente contestados. Maduro assumiu o cargo em 2013 e deverá iniciar seu próximo mandato de seis anos em janeiro.
A eleição gerou protestos mortais contra o governo, com a oposição, grupos de direitos humanos e sindicatos acusando o governo de Maduro de reprimir a dissidência.
O anúncio foi feito pelas autoridades eleitorais e pelo Supremo Tribunal da Venezuela
Maduro venceu as eleições sem submeter todas as contagens de votos, o que levou os apoiantes do candidato da oposição a fazê-lo
Edmundo Gonzalez acusa o partido no poder de fraude.
Maduro disse na semana passada que pediria ao gabinete do procurador-geral que revisse quaisquer prisões nas quais as autoridades possam ter cometido erros.
Segundo o Foro Penal, mais de 80 adolescentes foram libertados da prisão em setembro, após serem presos durante protestos pós-eleitorais.
O procurador-geral Tarek Saab disse na sexta-feira que pediu a revisão de pelo menos 225 casos. Ele disse que 28 pessoas morreram e quase 200 ficaram feridas nos protestos.
Ativistas e familiares de alguns dos presos disseram que não participaram dos protestos. Alegaram também que alguns prisioneiros sofreram tortura sob custódia.